Enquanto a área ambiental sofre os maiores ataques e retrocessos de sua recente história, servidores públicos, parlamentares, organizações ambientalistas e movimentos socioambientais articulam mobilização nacional em defesa do meio ambiente
Na semana em que escritórios do IBAMA, ICMBio e INCRA de Humaitá, no Amazonas, foram incendiados com todas suas estruturas, equipamentos, computadores, veículos e processos administrativos por garimpeiros que exercem ilegalmente a extração de ouro, servidores dos órgãos ambientais federais, ambientalistas, movimentos socioambientais e parlamentares da Frente Parlamentar Ambientalista realizam mobilizações por todo o Brasil na defesa do meio ambiente.
Os ataques criminosos de Humaitá contaram com o apoio e participação direta do prefeito e de vereadores da cidade amazonense, assim como de deputados que defendem a prática de crimes ambientais e combatem as ações de fiscalização e controle dos órgãos ambientais. Essa realidade se ampara na certeza da impunidade, quando grande parcela de governos e parlamentos praticam a maior ofensiva contra as políticas de proteção ao meio ambiente da história do país.
Humaitá é o retrato do que vem acontecendo em todo Brasil. Os governos federal, estaduais e municipais, associados às bancadas ruralistas, empresariais e fisiológicas dos parlamentos estão atacando de várias formas as políticas de proteção ao meio ambiente. Vejam algumas das ações em curso:
- Intimidação de servidores no exercício de suas funções legais
- Loteamento de cargos de direção nas superintendências do IBAMA e coordenações regionais do ICMBio para políticos e empresários (alguns envolvidos com ações ilícitas contra o meio ambiente) interessados em viabilizar empreendimentos de grande impacto ambiental com a facilitação do licenciamento e a limitação da fiscalização
- Cortes no orçamento ambiental federal na ordem de 30%, inviabilizando a gestão da área pública ambiental
- Projeto de Lei para flexibilização e fragilização do licenciamento ambiental
- Diminuição e extinção de unidades de conservação por medidas provisárias
- Flexibilização da proteção de Terras Indígenas, Quilombos e Unidades de Conservação com vistas à exploração madeireira e mineral
As associações de servidores promoveram manifestações com panfletagens, afixação de faixas e cartazes de protesto nas sedes das instituições e setores de visitação pública de unidades de conservação. Em Brasília, enquanto a Frente Parlamentar Ambientalista se reunia para protestar e protocolar pedidos de providência, servidores realizavam a ocupação do gabinete do Ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney.
Vejam as imagens:
Frente Parlamentar Ambientalista, sob comando do Dep. Molon - REDE/RJ
Ocupação do Gabinete do Ministro Zequinha Sarney - PV/MA
Na Paraíba, servidores do IBAMA e ICMBio protestam em frente à FLONA de Cabedelo
Em Santa Catarina, na APA da Baleia Franca, servidores do ICMBio repudiam loteamento de cargos
Em Recife/PE, servidores afixam faixas de protestos em frente à Superintendência do IBAMA
Servidores e voluntários protestam na sede da APA Guapimirim e ESEC Guanabara/RJ
No Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis/RJ, servidores fixam faixa e fazem panfletagens para visitantes
Em Angra dos Reis/RJ, na ESEC Tamoios, servidores usam preto em protesto contra retrocessos
A sede da APA Cairuçu, em Paraty/RJ, está desde a semana passada com faixa fixada na entrada
Na Baixada Litorânea/RJ, servidores da gestão integrada da APA São João e REBio Poço das Antas fixam faixa de protesto em sua sede
No Centro de Visitantes das Paineiras, no Parque Nacional da Tijuca/RJ, servidores fixam cartazes de Fora Raposo - em referência ao empresário nomeado para a CR-8 para representar o Deputado Estadual André Corrêa - DEM/RJ
Na sede do IBAMA/RJ, que já teve o interventor do Deputado André Corrêa - DEM/RJ empossado no cargo de superintendente, servidores do IBAMA e do ICMBio recebem colegas do INEA/RJ para uma roda de conversas para a formação de uma rede estadual de resistência socioambiental
O Dia 31 de outubro foi de ampla mobilização de servidores em várias partes do território brasileiro, indicando a disposição de luta, de resistência contra os ataques sofridos na atualidade às políticas públicas de proteção do meio ambiente, aos órgãos públicos da área, aos servidores, às populações tradicionais e às unidades de conservação.
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ResponderExcluirMeu nome é Leonardo Sandre, atualmente sou Presidente da Associação de Guarda Parques do Rio de Janeiro,AGP-RJ, quero parabenizar ao Sr. Rogério Rocco por ter coragem de levantar a bandeira contra estes coronéis que dominam o nosso estado, pessoas que desmantelam o serviço publico a fim de obter vantagens próprias e financiamentos de caixas 2 de campanha. Os profissionais que represento tiveram seus trabalhos totalmente desmerecido por tal governo do Sr. Andre Correa, o que eram uma das melhores equipes de guarda parques do mundo, foi totalmente destruída por estas pessoas, terceirizando pra uma OS, as OSs, que perigo pra nossa sociedade, principalmente quando usadas para o mal, hoje nossos guarda parques não podem fiscalizar, pra entrar no incêndio, e se entrar, não terá nenhuma segurança a disposição de acidentes e também não recebem periculosidade, em virtude de algum acidente este profissional será tratado como uma pessoa que exerce um trabalho totalmente seguro como num escritório por exemplo, há muita diferença entre um escritório e uma floresta em chamas, enfim, a intenção na verdade deles é que, a floresta queimem ou seja retiradas de alguma forma, para que possa ser consumida por grileiros "legalizados" ou não, até não haver mais nada de mata atlântica no Estado do Rio, por isso o Sr. Rogério Rocco merece nosso agradecimento por tentar remar este barco em que eu e todos nós estamos, desejo que tenha força para não deixar que estes loucos nos afundem em um deserto ceco a beira mar.
ResponderExcluirCaro Leonardo,
ExcluirAgradeço por sua gentileza, mas acima de tudo por sua disposição em fazer essas denúncias abertamente, porque de fato temos obrigação de expor os métodos e os fins utilizados pelo grupo do DEM que formou um grande aparelhamento dos órgãos ambientais do Rio de Janeiro, em todos os níveis, sob a liderança do dep. André Corrêa, para a construção de um projeto político-partidário.
Soube que os gurdas-parque tiveram numa audiência na ALERJ. Se quiser passar informações e denúncias sobre o caso, coloco esse espaço a sua disposição.
Um forte abraço,