sábado, 31 de março de 2012

Ministério do Meio Ambiente cede à Petrobras e decide exonerar chefe da APA Guapimirim




A exoneração do Analista Ambiental Breno Herrera foi determinada pela Ministra essa semana à direção do Instituto Chico Mendes - ICMBio

         A Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, determinou a exoneração do Analista Ambiental do Instituto Chico Mendes - ICMBio, Breno Herrera, da chefia da Área de Proteção Ambiental – APA de Guapimirim, unidade de conservação federal criada na década de 1980 para a proteção dos manguezais remanescentes da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
         Segundo fontes do MMA, a Ministra pretende, com a medida, rever posição da equipe da APA sobre a passagem de embarcações para transporte de equipamentos pesados para o COMPERJ pelo leito dos rios da APA de Guapimirim, e às margens da Estação Ecológica - ESEC Guanabara – outra unidade de conservação federal existente na mesma região.

Areas Afetadas Baia de Guanabara
Mapa da Baía de Guanabara, com áreas afetadas pelo COMPERJ, tendo ao fundo, à direita, a APA Guapimirim e a ESEC Guanabara


Órgãos Ambientais já se manifestaram sobre o assunto
O pedido da Petrobras de licença ambiental para transporte de equipamentos pesados pelos rios das unidades de conservação foi negado pela primeira vez pelo IBAMA, em 2006, que emitiu autorização para o COMPERJ com a ressalva de que não houvesse intervenções nas áreas protegidas federais.

Unidades mantém a região em seu estado natural, sendo essas as únicas áreas ainda não poluídas na Baía de Guanabara 

No licenciamento ambiental, o Instituto Estadual do Ambiente – INEA reproduziu a ressalva do IBAMA. A Petrobras requereu, então, licença para o projeto alternativo de construção de um pequeno porto para desembarque dos equipamentos pesados em São Gonçalo, que dali são levados por rodovia até Itaboraí – sede do COMPERJ. Como a passagem desses equipamentos ocorrerá por um período determinado, essa alternativa tem a vantagem de prever a entrega do porto para suporte às atividades dos pescadores da região. O projeto já foi analisado e a licença do INEA já foi emitida.
Porém, a Petrobras continua tentando flexibilizar a decisão dos órgãos ambientais e, através de suas contratadas, em 2011 fez novo pedido de utilização dos rios da APA junto ao INEA e ICMBio. Em reunião do Conselho Consultivo da APA para discutir o assunto, os responsáveis técnicos pelo projeto da Petrobras apresentaram seus estudos ambientais, nos quais afirmam textualmente que as intervenções no interior e nas margens das unidades de conservação produziriam apenas “impactos indiretos”. Na ocasião, foram repreendidos pelo ICMBio pela possível prática de prestação enganosa de informações.
Como tiveram, mais uma vez, o pedido negado, teriam partido para a estratégia de intervenção política na instituição, pressionando pela exoneração de Breno Herrera.

Indignação e medo
Analistas Ambientais do ICMBio estão indignados com a decisão da exoneração de Breno Herrera, que transcende sua liderança para além dos limites da APA. Breno foi um dos principais articuladores da criação do Mosaico Central Fluminense – que possui 27 unidades de conservação federais, estaduais, municipais e particulares numa região que vai desde Guapimirim até São José do Vale do Rio Preto, englobando diversos municípios.
O substituto de Breno na APA é o Analista Ambiental do MMA, Maurício Muniz, que também responde pela chefia da ESEC Guanabara. Portanto, com a saída de Breno, Maurício assumirá a responsabilidade das duas unidades.
Comenta-se, entre os analistas do ICMBio, o temor de que a estratégia seja a de pressionar para que o novo chefe da APA promova a revisão da decisão, sob pena de também ser exonerado e ter de voltar imediatamente para Brasília – já que sua vinculação funcional é com o MMA, e não com o ICMBio.
Maurício Muniz é casado e terá seu segundo filho um poucos dias. Seu retorno para Brasília causaria grandes transtornos para toda sua família.

Breno Herrera, analista ambiental muito respeitado na área ambiental
Breno Herrera é biólogo, Mestre em Planejamento Ambiental e está para concluir Doutorado em Planejamento Ambiental pela COPPE/UFRJ. Analista muito bem qualificado e respeitado na área ambiental, foi o 2º colocado no primeiro concurso público do IBAMA, em 2002.
É chefe da APA Guapimirim desde 2004, tendo conduzido o processo de implementação do seu Conselho Consultivo e de inúmeros projetos para a implantação efetiva da APA – sendo o mais recente a criação de um fundo privado para suporte financeiro da unidade, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica. Breno participou da concepção e dos processos de criação de várias outras unidades de conservação, como a ESEC Guanabara, o Monumento Natural – MONA das Ilhas Cagarras e a APA Municipal de Guapiassu, em Magé.
Sua administração qualificou a conservação dos manguezais da Baía de Guanabara e democratizou a gestão da unidade. O anúncio de sua demissão do cargo – que ainda não foi publicada em Diário Oficial, está causando revolta em representantes de pescadores, ambientalistas e no conjunto de agentes públicos que atua na conservação do Mosaico Central Fluminense.

COMPERJ não cumpre obrigações ambientais
O licenciamento ambiental do COMPERJ foi realizado em seis meses e anunciado como um recorde, que aparentemente indicaria uma melhora na análise dos pedidos de licença ambiental. Porém, com licença ambiental desde 2006, o COMPERJ não atende às exigências impostas na autorização emitida pelo IBAMA e nas licenças concedidas pelo INEA.
Passados seis anos, o COMPERJ não plantou sequer uma única árvore para o Cinturão Verde, obrigação de recuperação das faixas marginais dos rios atingidos pelo empreendimento e das áreas degradadas de sua região de influência. Da mesma forma, descumpre outras condicionantes da licença, sem que tenha sofrido qualquer sanção administrativa pelos órgãos responsáveis.
Sem ter previsto devidamente o grande conjunto de impactos que vai causar em toda região de influência, o COMPERJ tenta agora junto ao INEA obter licenciamento para despejar seu esgoto nas praias de Maricá – o que vem causando reação dos moradores do município.

Assista ao Programa Expedições, de Paula Saldanha com Breno Herrera, que foi ao ar no último dia 13 de março, e que trata especialmente da APA Guapimirim:

quarta-feira, 21 de março de 2012

ICMBio do Rio oferece uma vaga de estágio

A Coordenação Regional do ICMBio no Rio de Janeiro abriu uma vaga de estágio para estudantes que estejam cursando os dois últimos períodos da faculdade, que será oferecida pelo sistema CIEE.
Podem concorrer para a vaga estudantes de biologia, administração, direito e áreas afins.
O local do estágio é na Coordenação Regional, que fica localizada na Estrada Velha da Tijuca, na Usina.
O estagiário cumprirá 20hs semanais, com remuneração e ajuda de custo.
Os candidatos devem enviar currículo para o ICMBio, aos cuidados do Analista Ambiental Paulo Motta, pelo email pcsmotta@yahoo.com.br.
Prazo até 28 de março.

quinta-feira, 15 de março de 2012

INEA abre chamada de concurso para Guarda Parque

Concurso do INEA para a função de Guarda Parque, uma conquista da gestão do Secretário Carlos Minc, que irá formar uma base importante nas Unidades de Conservação de Proteção Integral do Estado. São 220 vagas de nível médio, sendo 47 delas destinadas a negros e índios, com salário de R$ 1.500,00. Os contratos serão firmados pelo período de 3 anos, renováveis por mais 2 anos. Abaixo, as informações essenciais.

Dados Gerais do Edital:
Período de inscrição pela internet: 15 de março a 15 de abril de 2012

O processo seletivo público destina-se à seleção de candidatos de nível médio, com vistas à contratação por tempo determinado para o cargo de guarda-parque, com carga horária de 40 (quarenta) horas semanais a serem exercidas em unidade de conservação de proteção integral administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente escolhida pelo candidato no momento da inscrição.
São atribuições do cargo de guarda parque: desempenhar ações de educação ambiental; prevenir, fiscalizar e combater incêndios florestais e queimadas no interior das unidades de conservação e em seu entorno imediato; garantir a segurança dos visitantes e funcionários das unidades de conservação; empreender ações de busca e salvamento no interior das unidades de conservação; zelar pela vida selvagem, pelas belezas cênicas e, quando for o caso, pelo patrimônio histórico, arqueológico, paleontológico e espeleológico; zelar pelo cumprimento da legislação ambiental e atos normativos específicos das unidades de conservação; promover atividades de interpretação natural, cultural e histórica relacionadas à unidade de conservação; promover ações de caráter socioambiental voltadas para as comunidades do entorno da unidade de conservação ou ainda residentes em seu interior; zelar pelo patrimônio físico das unidades de conservação; desempenhar ações de educação e conscientização ambiental, bem como auxiliar, quando necessário, nas demais atividades administrativas das unidades de conservação; e apoiar a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro em caso de calamidade pública.
As contratações de que trata o presente Edital serão feitas por prazo determinado, pelo período de até 03 (três) anos, podendo ser prorrogadas por um período máximo de 02 (dois) anos, até atingimento do prazo máximo total de 05 (cinco) anos.
A remuneração será de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais)
O processo seletivo público destina-se a seleção de 220 (duzentos e vinte) candidatos de nível médio, com vistas à contratação por tempo determinado para o cargo de Guarda-Parque, com carga horária de 40 (quarenta) horas semanais a ser exercidas em unidades de conservação do Instituto Estadual do Ambiente escolhida pelo candidato no momento da inscrição. 
O candidato concorrerá única e exclusivamente ao total de vagas oferecida para a unidade de conservação escolhida no ato da inscrição.
1-      -Reserva Ecológica da Juatinga – REJ
Parati 15
2-      -Parque Estadual da Ilha Grande – PEIG, Reserva Biológica Praia do Sul – RBPS, Parque Estadual Marinho do Aventureiro - PMA
Angra dos Reis 20
3-      -Parque Estadual Cunhambebe - PEC
Mangaratiba, Angra dos Reis, Itaguaí e Rio Claro 20
4-      -Parque Estadual da Serra da Concórdia - PESC
Valença  8
5-      -Parque Estadual da Pedra Branca - PEPB
Rio de Janeiro 25
6-      -Reserva Biológica de Guaratiba - RBG
Rio de Janeiro 3
7-      -Parque Estadual da Serra da Tiririca - PESET
Niterói e Maricá 11
8-      -Parque Estadual dos Três Picos - PETP
Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo, Teresópolis, Guapimirim e Silva Jardim 36
9-      -Estação Ecológica Estadual do Paraíso - EEEP
-Reserva Biológica de Araras - RBA
Petrópolis e Miguel Pereira 7
10-   Parque Estadual do Desengano - PED
Santa Maria Madalena, São Fidélis e Campos dos Goytacazes 18
11-   Estação Ecológica Estadual Guaxindiba - EEEG
São Francisco de Itabapoana 8
12-   Parque Estadual Costa do Sol - PECS
Armação de Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Araruama, São Pedro d’Aldeia e Saquarema 29
13-   Parque Estadual da Lagoa do Açú - PELA
Campos dos Goytacazes e São João da Barra 10
14-   Parque Estadual da Pedra Selada - PEPS
Resende e Itatiaia 10

TOTAL DE VAGAS 220
Total de Vagas: 220 (duzentos e vinte) sendo distribuídas da seguinte forma:
Vagas de Ampla Concorrência: 173 vagas
Vagas reservadas aos candidatos Negros ou Índios: 47 vagas

Para baixar o edital, clique no link: http://174.142.234.251/arquivos/INEA2012/edital.pdf

terça-feira, 13 de março de 2012

MMA contrata consultores para a RIO+20

Seguem, abaixo, informações gerais sobre edital do Ministério do Meio Ambiente para contratação de consultores para elaboração de documentos para subsidiar a participação do MMA na Conferência das nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
O edital não está disponível no site do MMA. Portanto, quem tiver interesse em recebê-lo na íntegra, envie pedido para meu email (rogerio.rocco2009@gmail.com), que remeto o arquivo completo. Mas antes, verifique as condições gerais abaixo para saber se você se enquadra.
Saudações,
RR


MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Assessoria Extraordinária para a Rio+20

Termo de Referência 01/2012: Consultas Setoriais

Número e Título do Projeto
Projeto BRA/11/022: “Suporte Técnico ao Processo Preparatório da Rio+20”

Unidade Demandante
Assessoria Extraordinária para a Rio+20

Enquadramento da Contratação
O Projeto de Cooperação BRA 11/022 – Suporte Técnico para o Processo Preparatório da Conferência Rio+20, estabelecido entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) prevê, entre seus produtos e resultados, os seguintes, onde se encaixa o presente Termo de Referência:
Resultado 2: Insumos qualificados para contribuir para a formação de posições e propostas brasileiras para a Conferência Rio+20 consolidadas sob uma abordagem de inclusão de atores.
Produto 2.1: Relatórios, estudos e documentos de contribuição advindos das consultas setoriais realizadas para colher subsídios para a participação brasileira na Conferência Rio+20.

Objetivo da Contratação
Contratar cinco consultores para elaborar cinco Relatórios de Recomendações Setoriais por meio de consultas a atores representativos da sociedade, em subsídio à participação brasileira na Conferência Rio+20.
Tendo por base o Decreto 7.495/2011 são os seguintes os setores da sociedade civil a serem consultados, conforme os grupos abaixo:
4.1 Comunidade Acadêmica e ONGs Ambientalistas;
4.2 Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais;
4.3 Movimentos Sociais (incluindo movimentos de juventude, gênero, promoção de igualdade racial, etc)
4.4 Setor Privado (incluindo agricultura, indústria, setor financeiro e de serviços)
4.5 Trabalhadores (incluindo trabalhadores rurais)

Produtos
A consultoria proposta contribuirá para o alcance do Resultado 2 do Projeto BRA/11/022 com os seguintes produtos, para cada setor:
PRODUTOS POR CONSULTA SETORIAL
Produto 1. DOCUMENTO-BASE: Texto base a ser utilizado para guiar as discussões, com o contexto do setor, mapeamento dos atores representativos, mapeamento das iniciativas já realizadas pelos diversos atores para preparação à Rio+20.
Produto 2. PROPOSTA DE CONSULTAS E REUNIÃO:
Descrição do formato da Reunião com lista de participantes esperados, local, temas a serem discutidos e perguntas orientadoras para as consultas presenciais e para consultas eletrônicas.
Produto 3. RELATÓRIO SETORIAL: Relatório de Recomendações Setoriais, contendo o mapeamento das iniciativas já realizadas pelo setor em pauta com potencial de contribuição para a Rio+20 e para o período pós-Rio+20 e as contribuições sedimentadas na Consulta Setorial.

Perfil Profissional
O profissional atuante no setor ao qual se candidatar para realizar os relatórios setoriais, deverá ter:
REQUISITOS MÍNIMOS
9.1 Nível superior em qualquer área de formação. Outros títulos (especialização, mestrado, doutorado) serão pontuados conforme os critérios de avaliação.
9.2 Mínimo de cinco anos de experiência em projetos, consultorias, trabalhos técnicos, pesquisas ou estudos no setor de candidatura.
CRITÉRIO ADICIONAL DE CLASSIFICAÇÃO
9.3 Experiência comprovada em projetos do governo, ou projetos de cooperação, ou análise de políticas públicas, ou trabalhos correlatos, incluindo trabalhos que tenham produzido recomendações, em matéria de políticas públicas, para governos municipais, estaduais ou federais.

Prazo de Duração do Contrato
80 dias corridos

Valor Total do Contrato
R$55.000,00

Os currículos com proposta de trabalho deverão ser encaminhados até o dia 21/03/2012 (data limite para postagem) para o seguinte endereço:
Assessoria Extraordinária para a Rio+20 -ASRIO/MMA
Ministério do Meio Ambiente
Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 5º andar, Sala s/n. CEP: 70068-900 Brasília/DF - Brasil

O candidato deverá obrigatoriamente informar no envelope o código: BRA/11/022 Edital 01 - Consultas Setoriais.

domingo, 11 de março de 2012

Aumento das Barcas: O PV em cima do muro

O tão polêmico aumento de 60% das tarifas de travessia Rio-Niterói, da Barcas S/A, que de R$ 2,80 passou para R$ 4,50, deixou o Partido Verde em cima do muro.

Com dois deputados na Assembleia Legislativa – Aspásia Camargo e Xandrinho – o partido se dividiu na votação sobre o subsídio para o aumento das tarifas.

Segundo comunicado divulgado pela Deputada Aspásia, “a Alerj não aprovou nenhum aumento de tarifa das barcas. O aumento foi decidido pela AGETRANSP”, que é a agência reguladora dos transportes concedidos no Estado do Rio de Janeiro. Sua justificativa ocorre pelo fato de seu nome circular nas listas que divulgam os deputados que teriam votado favoráveis ao aumento das barcas.

Aspásia explica que o que ganhou seu voto foi o projeto que estabeleceu um subsídio para que o concessionário da Barcas S/A receba R$ 4,50/passageiro pelo serviço que oferece, sendo que, para o usuário que fizer um cadastro e a aquisição do bilhete único, a passagem custaria “apenas” R$ 3,10. Os outros R$ 1,40 de cada passageiro passam a ser pagos pela população do Rio de Janeiro.

Maior liderança do PV no Estado, Fernando Gabeira – que liderou a oposição a Paes e Cabral nas duas últimas eleições -, criticou em seu site a aprovação do subsídio pelos deputados, dentre eles Aspásia Camargo, sem fazer referência a nenhum deles: “Se eram, no fundo, contra o aumento, por que não protestaram? São mistérios de ano eleitoral no Rio. Barcas, ônibus e trens aumentam com incrível facilidade”, afirmou Gabeira.

Em seu site, ele informa ainda que o grupo que invadiu o site das Barcas S/A, o Anonymus, teve acesso a um estudo de tarifas que indicou a necessidade da passagem passar para R$ 3,20 e não para os R$ 4,50 concedidos. O caráter espúrio do aumento é tão transparente, que o Governador Cabral vetou a inclusão do faturamento do concessionário com o uso publicitário das barcas e estações, das lojas nas barcas e estações, assim como – pasmem – a operação da Linha Praça XV – Charitas. Ou seja, o governador queria excluir todas as atividades lucrativas das Barcas S/A no cálculo de sua operação, a fim de superdimensionar a necessidade do subsídio, em franca vantagem econômica do concessionário e em detrimento da economia popular.

Mas a Deputada Aspásia afirma que votou assim, como “forma de garantir à população a continuidade da prestação dos serviços até a chegada das novas barcas. Com isso, evitamos repetir o que aconteceu com o bondinho de Santa Teresa, que foi sucateado até o ponto de provocar um desastre com mortes e o fim do serviço”.

É, pode ser!

Mas há pelo menos uma grande diferença que compromete qualquer comparação entre a operação das barcas e dos bondes: as barcas foram objeto de concessão e têm obrigações contratuais que nem de longe foram cumpridas. Além disso, apesar de serem operadores privados, contam com gigantescos aportes de recursos públicos e garantem seus lucros. Já os bondes, esses contavam com a exclusiva incompetência do governo estadual – o que não deveria ser tratado com essa entorpecida naturalidade pela população.

Gabeira finaliza trazendo algum conforto:
“Alguns deputados de oposição resistiram ao aumento e votaram contra, como é o caso de Luiz Paulo Correa da Rocha, Marcelo Freixo e Clarissa Garotinho. Fica pelo menos o registro de que nem tudo naufragou. Doze parlamentares votaram contra.”

O outro deputado do PV, o Xandrinho, votou contra o aumento e o subsídio às tarifas. Afinal, o subsídio aumenta a nebulosidade sobre os critérios para a aprovação de um aumento de 60% dos valores cobrados, com um serviço de péssima qualidade e de consideráveis riscos para a população.

Parece não ter sido por acaso que Gabeira não citou nenhum dos dois deputados do PV em sua matéria. Como liderou a oposição ao Governador Cabral na última eleição, pode estar envergonhado com essa dúbia posição do partido diante de assunto tão importante e estratégico para o estado e a população.

Talvez seja a hora da Executiva Estadual do Partido Verde se posicionar e tirá-lo de cima do muro, optando expressamente por um dos lados desta moeda.