quinta-feira, 15 de março de 2012

INEA abre chamada de concurso para Guarda Parque

Concurso do INEA para a função de Guarda Parque, uma conquista da gestão do Secretário Carlos Minc, que irá formar uma base importante nas Unidades de Conservação de Proteção Integral do Estado. São 220 vagas de nível médio, sendo 47 delas destinadas a negros e índios, com salário de R$ 1.500,00. Os contratos serão firmados pelo período de 3 anos, renováveis por mais 2 anos. Abaixo, as informações essenciais.

Dados Gerais do Edital:
Período de inscrição pela internet: 15 de março a 15 de abril de 2012

O processo seletivo público destina-se à seleção de candidatos de nível médio, com vistas à contratação por tempo determinado para o cargo de guarda-parque, com carga horária de 40 (quarenta) horas semanais a serem exercidas em unidade de conservação de proteção integral administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente escolhida pelo candidato no momento da inscrição.
São atribuições do cargo de guarda parque: desempenhar ações de educação ambiental; prevenir, fiscalizar e combater incêndios florestais e queimadas no interior das unidades de conservação e em seu entorno imediato; garantir a segurança dos visitantes e funcionários das unidades de conservação; empreender ações de busca e salvamento no interior das unidades de conservação; zelar pela vida selvagem, pelas belezas cênicas e, quando for o caso, pelo patrimônio histórico, arqueológico, paleontológico e espeleológico; zelar pelo cumprimento da legislação ambiental e atos normativos específicos das unidades de conservação; promover atividades de interpretação natural, cultural e histórica relacionadas à unidade de conservação; promover ações de caráter socioambiental voltadas para as comunidades do entorno da unidade de conservação ou ainda residentes em seu interior; zelar pelo patrimônio físico das unidades de conservação; desempenhar ações de educação e conscientização ambiental, bem como auxiliar, quando necessário, nas demais atividades administrativas das unidades de conservação; e apoiar a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro em caso de calamidade pública.
As contratações de que trata o presente Edital serão feitas por prazo determinado, pelo período de até 03 (três) anos, podendo ser prorrogadas por um período máximo de 02 (dois) anos, até atingimento do prazo máximo total de 05 (cinco) anos.
A remuneração será de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais)
O processo seletivo público destina-se a seleção de 220 (duzentos e vinte) candidatos de nível médio, com vistas à contratação por tempo determinado para o cargo de Guarda-Parque, com carga horária de 40 (quarenta) horas semanais a ser exercidas em unidades de conservação do Instituto Estadual do Ambiente escolhida pelo candidato no momento da inscrição. 
O candidato concorrerá única e exclusivamente ao total de vagas oferecida para a unidade de conservação escolhida no ato da inscrição.
1-      -Reserva Ecológica da Juatinga – REJ
Parati 15
2-      -Parque Estadual da Ilha Grande – PEIG, Reserva Biológica Praia do Sul – RBPS, Parque Estadual Marinho do Aventureiro - PMA
Angra dos Reis 20
3-      -Parque Estadual Cunhambebe - PEC
Mangaratiba, Angra dos Reis, Itaguaí e Rio Claro 20
4-      -Parque Estadual da Serra da Concórdia - PESC
Valença  8
5-      -Parque Estadual da Pedra Branca - PEPB
Rio de Janeiro 25
6-      -Reserva Biológica de Guaratiba - RBG
Rio de Janeiro 3
7-      -Parque Estadual da Serra da Tiririca - PESET
Niterói e Maricá 11
8-      -Parque Estadual dos Três Picos - PETP
Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo, Teresópolis, Guapimirim e Silva Jardim 36
9-      -Estação Ecológica Estadual do Paraíso - EEEP
-Reserva Biológica de Araras - RBA
Petrópolis e Miguel Pereira 7
10-   Parque Estadual do Desengano - PED
Santa Maria Madalena, São Fidélis e Campos dos Goytacazes 18
11-   Estação Ecológica Estadual Guaxindiba - EEEG
São Francisco de Itabapoana 8
12-   Parque Estadual Costa do Sol - PECS
Armação de Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Araruama, São Pedro d’Aldeia e Saquarema 29
13-   Parque Estadual da Lagoa do Açú - PELA
Campos dos Goytacazes e São João da Barra 10
14-   Parque Estadual da Pedra Selada - PEPS
Resende e Itatiaia 10

TOTAL DE VAGAS 220
Total de Vagas: 220 (duzentos e vinte) sendo distribuídas da seguinte forma:
Vagas de Ampla Concorrência: 173 vagas
Vagas reservadas aos candidatos Negros ou Índios: 47 vagas

Para baixar o edital, clique no link: http://174.142.234.251/arquivos/INEA2012/edital.pdf

terça-feira, 13 de março de 2012

MMA contrata consultores para a RIO+20

Seguem, abaixo, informações gerais sobre edital do Ministério do Meio Ambiente para contratação de consultores para elaboração de documentos para subsidiar a participação do MMA na Conferência das nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
O edital não está disponível no site do MMA. Portanto, quem tiver interesse em recebê-lo na íntegra, envie pedido para meu email (rogerio.rocco2009@gmail.com), que remeto o arquivo completo. Mas antes, verifique as condições gerais abaixo para saber se você se enquadra.
Saudações,
RR


MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Assessoria Extraordinária para a Rio+20

Termo de Referência 01/2012: Consultas Setoriais

Número e Título do Projeto
Projeto BRA/11/022: “Suporte Técnico ao Processo Preparatório da Rio+20”

Unidade Demandante
Assessoria Extraordinária para a Rio+20

Enquadramento da Contratação
O Projeto de Cooperação BRA 11/022 – Suporte Técnico para o Processo Preparatório da Conferência Rio+20, estabelecido entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) prevê, entre seus produtos e resultados, os seguintes, onde se encaixa o presente Termo de Referência:
Resultado 2: Insumos qualificados para contribuir para a formação de posições e propostas brasileiras para a Conferência Rio+20 consolidadas sob uma abordagem de inclusão de atores.
Produto 2.1: Relatórios, estudos e documentos de contribuição advindos das consultas setoriais realizadas para colher subsídios para a participação brasileira na Conferência Rio+20.

Objetivo da Contratação
Contratar cinco consultores para elaborar cinco Relatórios de Recomendações Setoriais por meio de consultas a atores representativos da sociedade, em subsídio à participação brasileira na Conferência Rio+20.
Tendo por base o Decreto 7.495/2011 são os seguintes os setores da sociedade civil a serem consultados, conforme os grupos abaixo:
4.1 Comunidade Acadêmica e ONGs Ambientalistas;
4.2 Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais;
4.3 Movimentos Sociais (incluindo movimentos de juventude, gênero, promoção de igualdade racial, etc)
4.4 Setor Privado (incluindo agricultura, indústria, setor financeiro e de serviços)
4.5 Trabalhadores (incluindo trabalhadores rurais)

Produtos
A consultoria proposta contribuirá para o alcance do Resultado 2 do Projeto BRA/11/022 com os seguintes produtos, para cada setor:
PRODUTOS POR CONSULTA SETORIAL
Produto 1. DOCUMENTO-BASE: Texto base a ser utilizado para guiar as discussões, com o contexto do setor, mapeamento dos atores representativos, mapeamento das iniciativas já realizadas pelos diversos atores para preparação à Rio+20.
Produto 2. PROPOSTA DE CONSULTAS E REUNIÃO:
Descrição do formato da Reunião com lista de participantes esperados, local, temas a serem discutidos e perguntas orientadoras para as consultas presenciais e para consultas eletrônicas.
Produto 3. RELATÓRIO SETORIAL: Relatório de Recomendações Setoriais, contendo o mapeamento das iniciativas já realizadas pelo setor em pauta com potencial de contribuição para a Rio+20 e para o período pós-Rio+20 e as contribuições sedimentadas na Consulta Setorial.

Perfil Profissional
O profissional atuante no setor ao qual se candidatar para realizar os relatórios setoriais, deverá ter:
REQUISITOS MÍNIMOS
9.1 Nível superior em qualquer área de formação. Outros títulos (especialização, mestrado, doutorado) serão pontuados conforme os critérios de avaliação.
9.2 Mínimo de cinco anos de experiência em projetos, consultorias, trabalhos técnicos, pesquisas ou estudos no setor de candidatura.
CRITÉRIO ADICIONAL DE CLASSIFICAÇÃO
9.3 Experiência comprovada em projetos do governo, ou projetos de cooperação, ou análise de políticas públicas, ou trabalhos correlatos, incluindo trabalhos que tenham produzido recomendações, em matéria de políticas públicas, para governos municipais, estaduais ou federais.

Prazo de Duração do Contrato
80 dias corridos

Valor Total do Contrato
R$55.000,00

Os currículos com proposta de trabalho deverão ser encaminhados até o dia 21/03/2012 (data limite para postagem) para o seguinte endereço:
Assessoria Extraordinária para a Rio+20 -ASRIO/MMA
Ministério do Meio Ambiente
Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 5º andar, Sala s/n. CEP: 70068-900 Brasília/DF - Brasil

O candidato deverá obrigatoriamente informar no envelope o código: BRA/11/022 Edital 01 - Consultas Setoriais.

domingo, 11 de março de 2012

Aumento das Barcas: O PV em cima do muro

O tão polêmico aumento de 60% das tarifas de travessia Rio-Niterói, da Barcas S/A, que de R$ 2,80 passou para R$ 4,50, deixou o Partido Verde em cima do muro.

Com dois deputados na Assembleia Legislativa – Aspásia Camargo e Xandrinho – o partido se dividiu na votação sobre o subsídio para o aumento das tarifas.

Segundo comunicado divulgado pela Deputada Aspásia, “a Alerj não aprovou nenhum aumento de tarifa das barcas. O aumento foi decidido pela AGETRANSP”, que é a agência reguladora dos transportes concedidos no Estado do Rio de Janeiro. Sua justificativa ocorre pelo fato de seu nome circular nas listas que divulgam os deputados que teriam votado favoráveis ao aumento das barcas.

Aspásia explica que o que ganhou seu voto foi o projeto que estabeleceu um subsídio para que o concessionário da Barcas S/A receba R$ 4,50/passageiro pelo serviço que oferece, sendo que, para o usuário que fizer um cadastro e a aquisição do bilhete único, a passagem custaria “apenas” R$ 3,10. Os outros R$ 1,40 de cada passageiro passam a ser pagos pela população do Rio de Janeiro.

Maior liderança do PV no Estado, Fernando Gabeira – que liderou a oposição a Paes e Cabral nas duas últimas eleições -, criticou em seu site a aprovação do subsídio pelos deputados, dentre eles Aspásia Camargo, sem fazer referência a nenhum deles: “Se eram, no fundo, contra o aumento, por que não protestaram? São mistérios de ano eleitoral no Rio. Barcas, ônibus e trens aumentam com incrível facilidade”, afirmou Gabeira.

Em seu site, ele informa ainda que o grupo que invadiu o site das Barcas S/A, o Anonymus, teve acesso a um estudo de tarifas que indicou a necessidade da passagem passar para R$ 3,20 e não para os R$ 4,50 concedidos. O caráter espúrio do aumento é tão transparente, que o Governador Cabral vetou a inclusão do faturamento do concessionário com o uso publicitário das barcas e estações, das lojas nas barcas e estações, assim como – pasmem – a operação da Linha Praça XV – Charitas. Ou seja, o governador queria excluir todas as atividades lucrativas das Barcas S/A no cálculo de sua operação, a fim de superdimensionar a necessidade do subsídio, em franca vantagem econômica do concessionário e em detrimento da economia popular.

Mas a Deputada Aspásia afirma que votou assim, como “forma de garantir à população a continuidade da prestação dos serviços até a chegada das novas barcas. Com isso, evitamos repetir o que aconteceu com o bondinho de Santa Teresa, que foi sucateado até o ponto de provocar um desastre com mortes e o fim do serviço”.

É, pode ser!

Mas há pelo menos uma grande diferença que compromete qualquer comparação entre a operação das barcas e dos bondes: as barcas foram objeto de concessão e têm obrigações contratuais que nem de longe foram cumpridas. Além disso, apesar de serem operadores privados, contam com gigantescos aportes de recursos públicos e garantem seus lucros. Já os bondes, esses contavam com a exclusiva incompetência do governo estadual – o que não deveria ser tratado com essa entorpecida naturalidade pela população.

Gabeira finaliza trazendo algum conforto:
“Alguns deputados de oposição resistiram ao aumento e votaram contra, como é o caso de Luiz Paulo Correa da Rocha, Marcelo Freixo e Clarissa Garotinho. Fica pelo menos o registro de que nem tudo naufragou. Doze parlamentares votaram contra.”

O outro deputado do PV, o Xandrinho, votou contra o aumento e o subsídio às tarifas. Afinal, o subsídio aumenta a nebulosidade sobre os critérios para a aprovação de um aumento de 60% dos valores cobrados, com um serviço de péssima qualidade e de consideráveis riscos para a população.

Parece não ter sido por acaso que Gabeira não citou nenhum dos dois deputados do PV em sua matéria. Como liderou a oposição ao Governador Cabral na última eleição, pode estar envergonhado com essa dúbia posição do partido diante de assunto tão importante e estratégico para o estado e a população.

Talvez seja a hora da Executiva Estadual do Partido Verde se posicionar e tirá-lo de cima do muro, optando expressamente por um dos lados desta moeda.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Consórcio surpreende e arremata licitação para a implantação do Complexo Paineiras

Um Consórcio formado pelas empresas ESFECO - Estrada de Ferro Corcovado, BEL TOUR Turismo e Transporte, e a Cataratas do Iguaçu S/A, arrematou, na data de hoje (15/02/2012), a licitação feita pelo ICMBio/MMA para a implementação do Complexo Paineiras, no Parque Nacional da Tijuca. A apresentação de uma proposta pelo Consórcio criado surpreendeu a todos, já que a expectativa era de que as empresas apresentassem propostas individuais.


As três empresas possuem larga experiência na operação de serviços em parques nacionais. A ESFECO opera o Trem do Corcovado - que conduz os visitantes por trilhos a partir da Estação do Cosme Velho, enquanto que a Bel Tour opera o acesso ao Corcovado pela Estrada das Paineiras - controlando a venda de ingressos e o transporte dos visitantes por vans no interior da Estrada do Corcovado. As duas, portanto, já possuem concessões para serviços no Parque Nacional da Tijuca. A grande novidade é a participação da Cataratas do Iguaçu, que até então opera serviços turísticos apenas no Parque Nacional do Iguaçu.  



A fachada atual do Hotel Paineiras, com as marcas de mais de 20 anos de abandono.


Concessão pode passar dos 20 anos

O edital do ICMBio, lançado em 29 de dezembro de 2011, prevê no pacote de concessão a exploração dos serviços de transportes de turistas pelas Estradas das Paineiras e Corcovado, de cobrança de ingressos, de estacionamento de veículos, além das atividades de atendimento aos visitantes, realização de eventos e o comércio de alimentos e produtos variados no interior do Hotel Paineiras.

Ao contrário do primeiro edital, para o qual não se apresentaram candidatos, não estão previstas atividades de hotelaria, tendo em vista as dificuldades relacionadas à localização das instalações e sua viabilidade econômica. Porém, o projeto inclui o funcionamento de restaurante panorâmico, cafeteria, lojas e serviços turísticos, além de prever a instalação de infraestrutura para a realização de convenções, congressos e outras atividades do gênero.

O edital prevê o investimento, pelos concessionários, de recursos na ordem de R$ 43 milhões, com a contrapartida de uma concessão para exploração dos serviços por 20 anos. Porém, segundo fonte ligada ao consórcio formado, a previsão de custos para a implementação completa do Complexo Paineiras já está em torno de R$ 51 milhões. De acordo com a fonte, o consórcio irá propor a extensão do prazo de exploração para equalizar os investimentos que serão feitos.


Projeto arquitetônico já está aprovado 


Vista frontal do projeto aprovado no Concurso de Projetos para o Complexo Paineiras, realizado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB com o ICMBio

O projeto arquitetônico no Complexo Paineiras foi aprovado em Concurso Nacional de Projetos, realizado em parceria entre o Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB/RJ e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio/MMA, no ano de 2009.

O projeto vencedor foi elaborado pelo Estúdio América, de São Paulo. Na ocasião, foram mais de 80 projetos inscritos.

Veja mais informações sobre o projeto em: http://concursosdeprojeto.org/2009/09/30/concurso-hotel-paineiras-premiado-01/


Vista aérea do projeto vencedor, incuindo as edificações existentes e as intervenções que irão integrar a visitação no Corcovado e nas Paineiras

Operação Iscariotes

As mudanças previstas para a revitalização do Hotel Paineiras estabelecem um modelo integrado de atendimento aos visitantes - que na alta temporada chegam a 10 mil por dia. Além da oferta de serviços variados, como restaurantes, cafeterias, banheiros e lojas, a implantação do complexo prevê a construção de estacionamento e o ordenamento da circulação de veículos, a fim de melhorar a circulação no local, que não possui capacidade de suporte para a quantidade de pessoas que querem visitar o Corcovado nas altas temporadas.

Mas essas mudanças só foram possíveis, em razão da realização da Operação Iscariotes, entre a Polícia Federal e o IBAMA, em 2007, quando o parque ainda era gerido pelo IBAMA, na ocasião em que eu estava à frente da Superintendência Estadual.

À época, uma quadrilha formada por policiais militares, vigilantes e bilheteiros contratados pelo IBAMA desviava recursos da venda de ingressos, na ordem de aproximadamente R$ 5 milhões/ano. A operação, que envolveu a infiltração de agentes federais no IBAMA e a quebra de sigilos do envolvidos - com autorização judicial, resultou na prisão de 22 pessoas, sendo 7 policiais militares - que foram demitidos da corporação, além de 7 vigilantes, 6 bilheteiros e dois empresários do setor de transporte de turistas.

Além dos desvios de recursos, a quadrilha ainda comandava a desordem interna na Estrada do Corcovado, onde turistas eram extorquidos por flanelinhas que dominavam a área e promoviam desmatamentos para a oferta de vagas para carros.

Após a prisão dos envolvidos, o Corcovado ficou ocupado por agentes da Forna Nacional de Segurança e de várias unidades de conservação federais por cerca de 90 dias. Na sequência, foi licitado o novo sistema de acesso, que impediu a entrada de veículos particulares na Estrada do Corcovado, implantando um modelo de circulação por vans caracterizadas com a logomarca do parque e o controle eletrônico dos acessos - evitando as chances de desvio que existiam no sistema anterior.

Veja matéria do Jornal do SBT sobre a operação:  http://rogeriorocco.com.br/tv-rocco/rogerio-rocco-no-sbt-rio-10-05-2007/


Prefeito Eduardo Paes quer ônibus no Corcovado

O Prefeito Eduardo Paes quer implantar acesso de ônibus ao Corcovado, com saída do Largo do Machado. Entretanto, técnicos do parque Nacional da Tijuca afirmam que a proposta é tecnicamente inviável.

O projeto do prefeito inclui a concessão de uma linha para empresas que operam na zona sul da cidade, mas, de acordo com a proposta, não haveria mais a circulação de carros particulares pela estrada das Paineiras. Com isso, mesmo os cariocas que têm por hábito o passeio pelas Paineiras, teriam que pegar o ônibus para chegar ao local.

Mas os valores calculados pela Prefeitura para o preço das passagens assustam. Para o turista que tenha como objetivo visitar o monumento, a passagem custaria cerca de R$ 45, incluído o valor do ingresso. Já para os cariocas que frequentam as Paineiras, o valor da passagem giraria em torno de R$ 20 - o que poderia significar o maior valor de passagem por quilômetro percorrido, aproxomando-se muito do valor aplicado aos táxis da cidade.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Grilagem, perseguição e injustiça na Amazônia! Um relato real de um Brasil ainda a ser descoberto.

O texto abaixo é do jornalista Lúcio Flávio Pinto, de Belém, e denuncia o conluio dos poderes constituídos do Pará para beneficiar grileiros da alta sociedade! É um relato que merece sua leitura, pois traz o registro do sofrimento e da penúria em que vivem os que se colocam contra os vigaristas que se locupletam das estruturas do Estado em nome da devastação ambiental, da tirania política e da usurpação do patrimônio público!
Minha solidariedade a Lúcio Flávio Pinto!


O Grileiro vencerá?
          Como já é do conhecimento público, em 1999 escrevi uma matéria no meuJornal Pessoal denunciando a grilagem de terras praticada pelo empresário Cecílio do Rego Almeida, dono da Construtora C. R. Almeida, uma das maiores empreiteiras do país, com sede em Curitiba, no Paraná. Embora nascido em Óbidos, no Pará, Cecílio se estabeleceu 40 anos antes no Paraná. Fez fortuna com o uso de métodos truculentos. Nada era obstáculo para a sua vontade.
         Sem qualquer inibição, ele recorreu a vários ardis para se apropriar de quase cinco milhões de hectares de terras no rico vale do rio Xingu, no Pará, onde ainda subsiste a maior floresta nativa do Estado, na margem direita do rio Amazonas, além de minérios e outros recursos naturais. Onde também está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, para ser a maior do país e a terceira do mundo.
Os 5 milhões de hectares já constituem território bastante para abrigar um país, mas a ambição podia levar o empresário a se apossar de área ainda maior, de 7 milhões de hectares, o equivalente a 8% de todo o Pará, o segundo maior Estado da federação brasileira. Se fosse um Estado, a “Ceciliolândia” seria o 21º maior do Brasil.
         Em 1996, na condição de cidadão, atendi a um chamado do advogado Carlos Lamarão Corrêa, diretor do Departamento Jurídico do Iterpa (Instituto de Terras do Pará), e o ajudei a preparar uma ação de anulação e cancelamento dos registros das terras usurpadas por C. R. Almeida, com a cumplicidade da titular do cartório de registro de imóveis de Altamira e a ajuda de advogados inescrupulosos. A ação foi recebida pelo juiz da comarca, Torquato de Alencar, e feita a averbação da advertência de que aquelas terras não podiam ser comercializadas, por estarem sub-judice, passíveis de nulidade.
         Os herdeiros do grileiro podem continuar na posse e no usufruto da pilhagem, apesar da decisão, porque a grilagem recebeu decisão favorável dos desembargadores João Alberto Paiva e Maria do Céu Cabral Duarte, do Tribunal de Justiça do Estado. Deve-se salientar que essas foram as únicas decisões favoráveis ao grileiro nas instâncias oficiais, que reformaram a deliberação do juiz de Altamira.
         Com o acúmulo de informações sobre o estelionato fundiário, os órgãos públicos ligados à questão foram se manifestando e tomando iniciativas para evitar que o golpe se consumasse. A Polícia Federal comprovou a fraude e só não prendeu o empresário porque ele já tinha mais de 70 anos. O próprio poder judiciário estadual, que perdeu a jurisdição sobre o caso, deslocado para a competência da justiça federal, a partir daí, impulsionado pelo Ministério Público Federal, tomando rumo contrário ao pretendido pelo grileiro, interveio no cartório Moreira, de Altamira, e demitiu todos os serventuários que ali trabalhavam, inclusive a escrivã titular, Eugênia de Freitas, por justa causa.
         Carlos Lamarão, um repórter da revista Veja (que chegou a ser mantido em cárcere privado pelo empresário e ameaçado fisicamente) e o vereador Eduardo Modesto, de Altamira, processados na comarca de São Paulo por Cecílio Almeida, foram absolvidos pela justiça paulistana. O juiz observou que essas pessoas, ao invés de serem punidas, mereciam era homenagens por estarem defendendo o patrimônio público, ameaçado de passar ilicitamente para as mãos de um particular.
         De toda história, eu acabei sendo o único punido. A ação do empreiteiro contra mim, como as demais, foi proposta no foro de São Paulo. Seus advogados sabiam muito bem que a sede da ação era Belém, onde o Jornal Pessoal circula. Eles queriam deslocar a causa por saberem das minhas dificuldades para manter um representante na capital paulista. A juíza que recebeu o processo, a meu pedido, desaforou a ação para Belém, como tinha que ser. Hoje, revendo o que passei nestes 11 anos de jurisdição da justiça do Pará, tenho que lamentar a mala suerte de não ter ficado mesmo em São Paulo, com todas as dificuldades que tivesse para acompanhar a tramitação do feito.
         A justiça de São Paulo foi muito mais atenta à defesa da verdade e da integridade de um bem público ameaçada por um autêntico “pirata fundiário”, do que a justiça do Pará, formada por homens públicos, que deviam zelar pela integridade do patrimônio do Estado contra os aventureiros inescrupulosos e vorazes. Esta expressão, “pirata fundiário”, C. R. Almeida considerou ofensiva à sua dignidade moral e as duas instâncias da justiça paraense sacramentaram como crime, passível de indenização, conforme pediu o controverso empreiteiro.
         Mesmo tendo provado tudo que afirmei na primeira matéria e nas que a seguiram, diante da gravidade do tema, fui condenado, graças a outro ardil, montado para que um juiz substituto, em interinidade de fim de semana, pela ausência circunstancial da titular da 1ª vara cível de Belém, sem as condições processuais para sentenciar uma ação de 400 páginas,
me condenasse a pagar ao grileiro indenização de 8 mil reais (em valores de então, a serem dramaticamente majorados até a execução da sentença), por ofensa moral.
         A sentença foi confirmada pelo tribunal, embora a ação tenha sido abandonada desde que Cecílio do Rego Almeida morreu, em agosto de 2008; mesmo que seus sucessores ou herdeiros não se tenham habilitado; mesmo que o advogado, que continuou a atuar nos autos, não dispusesse de um novo contrato para legalizar sua função; mesmo que o tribunal, várias vezes alertado por mim sobre a deserção, tenha ignorado minhas petições; mesmo que, obrigado a extinguir a minha punibilidade, arquivando o processo, haja finalmente aberto prazo para a habilitação da parte ativa, que ganhou novo prazo depois de perder o primeiro; mesmo que a relatora, confrontada com a argüição da sua suspeição, que suscitei, diante de sua gravosa parcialidade, tenha simplesmente dado um “embargo de gaveta” ao pedido, que lhe incumbia responder de imediato, aceitando-o ou o rejeitando, suspendendo o processo e afastando-se da causa; mesmo que tudo que aleguei ou requeri tenha sido negado, para, ao final, a condenação ser confirmada, num escabroso crime político perpetrado pela maioria dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Pará que atuaram no meu caso, certamente inconformados com críticas e denúncias que tenho feito sobre o TJE nos últimos anos, nenhuma delas desmentida, a maioria delas também completamente ignorada pelos magistrados citados nos artigos. Ao invés de cumprir as obrigações de sua função pública, eles preferem apostar na omissão e na desmemoria da população. E no acerto de contas com o jornalista incômodo.
         Depois de enfrentar todas as dificuldades possíveis, meus recursos finalmente subiram a Brasília em dezembro do ano passado. O recurso especial seguiu para o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Ari Pargendler, graças ao agravo de instrumento que impetrei (o Tribunal do Pará rejeitou o primeiro agravo; sobre o segundo já nada mais podia fazer).
Mas o presidente do STJ, em despacho deste dia 7, disponibilizado no dia 10 e a ser publicado no Diário da Justiça do dia 13, negou seguimento ao recurso especial. Alegou erros formais na formação do agravo: “falta cópia do inteiro teor do acórdão recorrido, do inteiro teor do acórdão proferido nos embargos de declaração e do comprovante do pagamento das custas do recurso especial e do porte de retorno e remessa dos autos”.
         Recentemente, a justiça brasileira impôs novas regras para o recebimento de agravos, exigindo dos recorrentes muita atenção na formação do instrumento, tantos são os documentos cobrados e as suas características. Podem funcionar como uma armadilha fatal, quando não são atendidas as normas formais do preparo.
         A falta de todos os documentos apontada pelo presidente do STJ me causou enorme surpresa. Participei pessoalmente da reunião dos documentos e do pagamento das despesas necessárias, junto com minha advogada, que é também minha prima e atua na questão gratuitamente (ou pró-bono, como preferem os profissionais). Não tenho dinheiro para sustentar uma representação desse porte. Muito menos para arcar com a indenização que me foi imputada, mais uma, na sucessão de processos abertos contra mim pelos que, sendo poderosos, pretendem me calar, por incomodá-los ou prejudicar seus interesses, frequentemente alimentados pelo saque ao patrimônio público.
         Desde 1992 já fui processado 33 vezes. Nenhum dos autores dessas ações teve interesse em me mandar uma carta, no exercício de seu legítimo direito de defesa. OJornal Pessoal publica todas as cartas que lhe são enviadas, mesmo as ofensivas, na íntegra. Também não publicaram matérias contestando as minhas ou, por qualquer via, estabelecendo um debate público, por serem públicos todos os temas por mim abordados. Foram diretamente à justiça, certos de contarem com a cumplicidade daquele tipo de toga que a valente ministra Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça, disse esconderem bandidos, para me atar a essa rocha de suplícios, que, às vezes, me faz sentir no papel de um Prometeu amazônico.
         Não por coincidência, fui processado pelos desembargadores João Alberto Paiva e Maria do Céu Duarte, o primeiro tendo como seu advogado um ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, à frente de uma das mais conceituadas bancas jurídicas do Distrito Federal. O ex-ministro José Eduardo Alckmin, que também advogava para a C. R. Almeida, veio a Belém para participar de uma audiência que durou cinco minutos. Mas impressionou pela sua presença.
         O madeireiro Wandeir dos Reis Costa também me processou. Ele funcionou como fiel depositário de milhares de árvores extraídas ilegalmente da Terra do Meio, que o Ibama apreendeu em Altamira. Embora se declarasse pobre, ele se ofereceu para serrar, embalar e estocar a madeira enquanto não fosse decidido o seu destino. Destino, aliás, antecipado pelo extravio de toras mantidas em confinamento no próprio rio Xingu. Uma sórdida história de mais um ato de pirataria aos recursos naturais da Amazônia, bem disfarçado.
         Apesar de todas essas ações e do martírio que elas criaram na minha vida nestes últimos 20 anos, mantenho meu compromisso com a verdade, com o interesse público e com uma melhor sorte para a querida Amazônia, onde nasci. Não gostaria que meus filhos e netos (e todos os filhos e netos do Brasil) se deparassem com espetáculos tão degradantes, como ver milhares de toras de madeira de lei, incluindo o mogno, ameaçado de ser extinto nas florestas nativas amazônicas, nas quais era abundante, sendo arrastadas em jangadas pelos rios por piratas fundiários, como o extinto Cecílio do Rego Almeida. Depois de ter sofrido todo tipo de violência, inclusive a agressão física, sei o que me espera. Mas não desistirei de fazer aquilo que me compete: jornalismo. Algo que os poderes, sobretudo o judiciário do Pará, querem ver extinto, se não puder ser domesticado conforme os interesses dos donos da voz pública.
         Vamos tentar examinar o processo e recorrer, sabendo das nossas dificuldades para funcionar na justiça superior de Brasília, onde, como regra, minhas causas sempre foram vencedoras até aqui, mesmo sem representação legal junto aos tribunais do Distrito Federal.
         Decidi escrever esta nota não para pressionar alguém nem para extrapolar dos meus direitos. Decisão judicial cumpre-se ou dela se recorre. Se tantos erros formais foram realmente cometidos no preparo do agravo, o que me surpreendeu e chocou, paciência: vou pagar por um erro que impedirá o julgador de apreciar todo meu extenso e profundo direito, demonstrado à exaustão nas centenas de páginas dos autos do processo. Terei que ir atrás da solidariedade dos meus leitores e dos que me apoiam para enfrentar mais um momento difícil na minha carreira de jornalista, com quase meio século de duração. Espero contar com a atenção das pessoas que ainda não desistiram de se empenhar por um país decente.

                              Belém (PA), 11 de fevereiro de 2012

                                      LÚCIO FLÁVIO PINTO
                                        Editor do Jornal Pessoal